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elano53

A importância do primeiro professor

 

Não vou falar aqui nada meloso, sobre o jardim de infância. Ao contrário, falarei de direcionamento profissional. Mas hoje será realmente um texto bem leve.


Atualmente, coachs e mentores se vendem como solução para nos ensinar a vida.


Antes, qualquer um de nós encontrava essas pessoas pelo caminho, sem necessariamente ser cobrado por isso; geralmente era como uma troca de experiências.


Alguns tinham mais sorte de tropeçar em grandes gurus, no trabalho. Eu fui um desses sortudos.


No meu primeiro emprego na saúde suplementar, trabalhei com o Dr. Sérgio Ulian, homem com currículo importante no setor. Discreto (que não achei uma foto no Google), nem tantos devem conhecer, mas ele foi essencial na trajetória de várias das grandes empresas de saúde que existem hoje.


Médico de formação, pecuarista de berço, Ulian foi escolhido como executivo operacional para a empreitada dos americanos da Amico aqui no Brasil. Segundo ele, foi selecionado porque passou num psicotécnico de um dia inteiro. “Descobriram que eu não era maluco e me contrataram”, diz entre um gole e outro de café.


Ele também era o representante da empresa na Associação dos Planos de Saúde e participou de debates estruturantes do setor nas décadas de 80, 90, 2000, e até hoje é consultado.


Foi convidado pelas maiores operadoras do país para trabalhar e, depois da jornada na Amico, escolheu a cidade de Curitiba como sua residência. Foi alavancar a Paraná Clínicas.

Seu conhecimento era tal que se via sempre orientando diversos empreendedores iniciantes, ensinando a como se estruturarem. Para se ter ideia, exerceu um papel decisivo na rota da hoje gigante Hapvida, quando ela ainda contava com cerca de apenas 100 mil clientes. Foi ele quem esteve ao lado do fundador, Candido Pinheiro, nos momentos mais críticos e desafiadores enfrentados pela operadora, em 2001.


A mim, Dr. Sérgio ensinou a lutar as boas brigas. Lembrando que ele era médico, mas ensinava a fazer direito na saúde suplementar.


A maior lição foi de que, mesmo diante de uma fraude, primeiro deve se resolver o problema do paciente, depois se fecha a porteira, de uma maneira a coibir o mais fortemente possível o fraudador.


Como se pode ver dessa experiência, Ulian é um professor do bem. É o tipo de pessoa capaz de abrir mão de dinheiro, de quantidade, para atingir a qualidade. Por exemplo, ele foi o primeiro a me convencer que, por maior que seja o contrato com uma empresa cliente de plano de saúde, o mesmo deve estar equilibrado. Não é porque ostenta mil, dez mil beneficiários que é um contrato bom. Pode não parecer, mas essa situação constitui um erro comum, que quebra muitas operadoras até hoje.


O professor, desde sempre, exigia saber onde pisava. Distribuição de beneficiários, população idosa, contratos coletivos x individuais, população alvo, nível de verticalização, eram sempre informações básicas para ele entender o comportamento de uma empresa e poder opinar sobre o melhor destino.


Essa semana o recebi aqui em Ribeirão, para uma aula diferente. Veio me ensinar como reproduzir gado Nelore. O que isso tem com saúde? Confesso: nada.


Mas o texto tinha que sair assim porque, além de Nelore, tivemos conversas que o leitor nunca poderá saber. A ética de um mentor sempre deve lhe preceder.


Bom demais, Dr. Sérgio!


Elano Figueiredo, aluno do professor Ulian.

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