Pouco mais de um mês após o anúncio de uma joint venture com a Dasa, a Amil foi surpreendida, ontem, com a notícia de descredenciamento de três hospitais da Rede D’Or de sua rede de hospitais no Rio de Janeiro.
Desta forma, a partir de 17 de setembro, o Copa D'Or, o Guinta D’Or, assim como o Hospital Pediátrico Jutta Batista, ambos no Rio de Janeiro, passam a não mais atender os usuários do plano de saúde da Amil. O motivo, segundo o grupo, se deu por questões administrativas.
Nos bastidores, as razões para o descredenciamento do Grupo aos beneficiários da Amil no Rio de Janeiro estão, em boa parte, ligadas aos valores repassados pela Amil a Rede D’Or, que seriam inferiores aos preços praticados pelo mercado de saúde. Em nota, a Amil alega que foi surpreendida com a rescisão unilateral e imotivada, e que segue aberta ao diálogo.
Nesse imbróglio, há uma pergunta que não quer calar: serão esses os primeiros de muitos credenciamentos feitos pela Rede D’Or à operadora? Atualmente, a Amil mantém convênio com 70 unidades hospitalares credenciadas em 14 estados brasileiros com a Rede D’Or.
A Rede, que contempla os maiores centros médicos do País é, sem sombra de dúvidas, um grande chamariz para a captação de novos beneficiários da Amil. E, mesmo com o compromisso da Amil de garantir reforçar sua rede credenciada com hospitais equivalentes em qualidade assistencial e em serviços oferecidos, a dúvida sobre a permanência dos beneficiários em meio à onda de descredenciamento deve pairar no ar.
Na avaliação de Elano Figueiredo, advogado e especialista em sistemas de saúde, esse é um movimento natural do setor, nos tempos atuais. “Há uma tendência de união de marcas. Se a Amil se une ao DASA, é natural que a D´Or olhe com mais carinho para a Sulamérica, com a qual também têm laços. Enfim, os negócios combinados tendem a fidelizar marcas entre si, enfraquecendo o antigo conceito de credenciamento aberto - cujo custo é bem maior", pontua.
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