A percepção do cidadão acerca do setor de saúde privado no país, apesar de importante para 88% dos beneficiários, tem no valor da mensalidade seu principal ponto negativo. Foi o que revelou a pesquisa qualitativa feita pelo Centro de Inovação, Administração e Pesquisa do Judiciário da Fundação Getúlio Vargas – FGV Justiça.
No universo de 2 mil usuários entrevistados entre a população adulta brasileira de 18 anos e mais, de todas as regiões do Brasil, o valor da mensalidade foi apontado como principal problema. Segundo o levantamento, entre os que consideram o valor pago aos planos de saúde, 84% consideram o preço alto ou muito alto. Apenas 10% consideram o valor da mensalidade justo.
A questão emerge como o ponto mais crítico em relação aos planos de saúde, somada à sensação de falta de transparência quanto aos reajustes no preço das mensalidades para 27% dos entrevistados.
Outro assunto que veio à tona durante o levantamento, diz respeito a suspensão dos contratos por parte das operadoras. De acordo com o recorte, essa preocupação aparece em segundo lugar no ranking, sendo citada por 16% dos entrevistados. Sobre quais questões do contrato foram suspensas ou alteradas, 59% especificam “mudança das cláusulas”, 19% citam “cancelamento do plano sem aviso prévio”; e 12% mencionam “cancelamento do plano por inadimplência”.
A questão da judicialização, que interfere diretamente no aumento dos custos da saúde suplementar, apenas 6% dos entrevistados já acionaram a Justiça contra seus planos de saúde e 26% conhecem alguém que o fez.
Entre os motivos que levaram alguém ter acionado a Justiça contra o plano de saúde, “a negativa de cobertura assistencial” aparece isolada em primeiro lugar (65%). Quanto ao que foi negado na cobertura assistencial, “cirurgia” é o item mais citado (51%), seguido de longe por “medicamentos” (12%), além de outros com menos de 10% das menções.
Por fim, em relação ao conhecimento de entidades ligadas ao setor de saúde, a pesquisa demonstra ser amplo, em todos os segmentos de público investigados, o desconhecimento sobre entidades ligadas ao Setor de Saúde Suplementar, sendo a entidade mais conhecida a ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar, por 35% dos entrevistados. A CMB é a segunda entidade mais conhecida (25%). Unidas e Abrange empatam com 11% que conhecem bem ou mais ou menos. Quanto à Fenasaúde, esse percentual é de 10%.
Em meio às discussões em torno das possíveis mudanças na legislação que rege o setor, em discussão na Câmara dos Deputados, o estudo busca orientar o setor econômico e os poderes competentes nas tomadas de decisão, bem como na melhoria de todo sistema de saúde suplementar nacional.
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