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O verdadeiro reajuste dos planos de saúde



Elano Figueiredo lembra que a população em plano individual não passa de 17% do setor.


Especialistas em números, economia, contabilidade, atuária, inflação e até advogados videntes já especulam qual será o próximo índice de reajuste dos planos de saúde - aquele que a ANS divulga anualmente.


Mas a verdade é que esse anúncio tem perdido a importância no cenário atual do setor. Não passa de uma isca publicitária.


De 52 milhões de pessoas que contam com planos de saúde, menos de 9 milhões (mais precisamente 8,7 milhões) ainda estão em plano individual e em contagem regressiva de existência. Quer dizer que estamos olhando para cerca de 17% da população geral assistida no privado. O reajuste divulgado pelo regulador só abrange essa fatia.


Enquanto isso...


O PowerBi da ANS indica que os contratos coletivos com menos de 5 vidas (aqueles que estão substituindo os individuais/familiares) acumulam média de reajuste de 18,6%, o que atinge outros 7,4 milhões de consumidores – quase a mesma população de planos individuais.


Na média geral, o reajuste dos planos coletivos, que envolve 43 milhões de assistidos, marca 14,25% ao ano.


Portanto, para pensar sistêmico e proteger o que mexe com a vida de 83% das pessoas nos planos de saúde, o foco deve mirar em entender os números dos reajustes dos contratos empresariais e por adesão. Isso sim ainda é um mistério e anda descolado da realidade inflacionária.


Obviamente, consigo enxergar a diferença entre a inflação médica e os índices oficiais que medem inflação geral. Sei que os insumos da saúde são dolarizados e que a sinistralidade e a fraude influem sobremaneira nesse cálculo. Não desejo sustentar que o referido reajuste do plano empresarial aconteça no mesmo patamar do IPCA, que é um índice amplo. Mas estou aqui discutindo foco; para onde temos que olhar de verdade!


É isso.


Volto em breve para discutir melhor o reajuste dos planos coletivos.


 
 
 

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