O especialista José Luís Martins, Consultor da XVI Finance, analisou os resultados da saúde suplementar divulgados recentemente. Ele fez uma fotografia bastante perspicaz sobre a origem dos R$ 2,4 bilhões anunciados como lucro operacional, demonstrando que quase 90% desses recursos vieram das 4 maiores empresas do setor.
Hapvida, Amil, Porto Seguro e Unimed BH foram responsáveis por quase R$ 2.2 bilhões do resultado operacional total.
Já Bradesco, Cassi e Unimed Nacional lideraram os maiores prejuízos do setor, com R$ 482, R$ 456 e R$ 340 milhões negativos, respectivamente.
Segundo a XVI Finance, cerca de 44% das operadoras tiveram resultados operacionais deficitários, ou seja, quase a metade dos players ainda estão no vermelho em suas operações.
Assim, seria errado afirmar que a atividade é lucrativa por si só, como a maioria das pessoas imagina, quando se depara com o anúncio da ANS. Na verdade, as operadoras (que são cerca de 700 no geral) dão prejuízo em regra, enquanto poucas delas conseguem eficiência operacional. Só que essa minoria eficiente apresenta um resultado expressivo, capaz de puxar o número global para algo significativamente positivo. Esse jogo é para quem sabe jogá-lo.
Atentos a isso, não dá para cravar que só os pequenos são inviáveis na saúde. Grandes operadoras como Bradesco, algumas Unimeds e várias Autogestões também podem ser. Isso quer dizer que a meta a ser perseguida é a performance operacional e não o tamanho, o que enfraquece o antigo tabu dos 100 mil beneficiários como número mágico de sustentabilidade em escala.
Termino sugerindo fortemente ao leitor acompanhar as preciosas análises da XVI Finance.
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