Muito embora a conscientização de boas práticas do cidadão sadio seja essencial para o equilíbrio de um sistema de saúde, por outro lado, o doente é que determina efetivamente o tamanho do custo a ser suportado. Em outras palavras, não gastar é importante, mas controlar o custo do qual não se pode fugir é determinante.
Quando cogito sobre custo inevitável na saúde, obviamente estou me referindo às doenças crônicas.
Hoje, no Brasil, temos quase 60 milhões de portadores de doenças crônicas, que são aquelas de lento desenvolvimento e uma longa duração, podendo acompanhar a pessoa durante a vida[1].
Você vai entender melhor o assunto se nominarmos essas enfermidades duradouras, que impactam no custo dos sistemas de saúde. Então vamos lá: hipertensão, diabetes, dores na coluna, colesterol aumentado, bronquite, osteoporose, asma, Parkinson e Alzheimer[2]; são todas enfermidades que, na maioria das vezes, não se evita. Os custos dos cuidados são significativos.
Então, além das campanhas sobre prevenção de doenças, não é menos importante utilizar tecnologias para mapear os pacientes crônicos, visando ter previsibilidade sobre os cuidados que a eles são necessários e, na medida do possível, indicar soluções de qualidade de vida que reduzam as agudizações.
Com efeito, até me arrisco a dizer que a conscientização desses pacientes é tão (ou mais) importante que a prevenção dos sadios. Ora, pois, as consequências de uma vida desregrada para alguém que carrega uma doença trará prejuízo estatisticamente muito mais provável que a um sadio.
Enfim, com a definitiva inserção da Inteligência Artificial na gestão da saúde, a liderança que adiar o uso dessa ferramenta para monitoramento dos doentes crônicos estará fechando os olhos para um importante componente do custo assistencial. Identificar esses pacientes, estratificar os riscos deles/para eles, orientá-los adequadamente e conferir imediata atenção ao assunto é impositivo, para quem luta pela sustentabilidade do seu setor.
Pretendo explorar melhorar as ferramentas de IA disponíveis atualmente e voltar aqui com mais propriedade nisso, para discutir a efetividade delas.
[1] Definição da OMS.
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