Muito se comemorou a retomada dos lucros dos planos de saúde, após a ANS divulgar os resultados econômico-financeiros do 2º trimestre e o acumulado do 1º semestre de 2024. Todavia, os analistas mais conservadores alertaram que não era bem assim, dada a concentração de lucro apenas em poucas operadoras.
Hoje, dedico-me novamente a enfrentar os resultados de algumas Unimeds, cuja performance desperta atenção.
Primeiramente vamos ao que temos de bom.
A Unimed BH esteve entre a 04 (quatro) operadoras mais lucrativas do ano. Já a FERJ, que absorveu a carteira da Unimed Rio, apresentou resultado positivo no semestre, na cifra de quase R$ 100 milhões. É um alento.
A Unimed Ribeirão Preto também fez bonito, acumulando quase R$ 20 milhões. Parabéns ao Dr. Sato.
Agora vamos ao que preocupa.
A Unimed Nacional continua em sinal de alerta máximo. Desde o 2º trimestre de 2023, a CNU vem acumulando perdas significativas. Em 2024 não mudou a tendência e verificamos, até agora, prejuízo de -6,2% nos seus resultados, que corresponde a R$ 260 milhões negativos (apenas este ano).
Há ocasiões em que grandes números precisam ser relativizados, para grandes operações. Mas não é o caso aqui. Além do prejuízo, enquanto a maioria das operadoras obteve um controle da sinistralidade, os níveis desta cooperativa permanecem em 86% - seu mesmo número do ano passado, cujo cenário era mais desafiador para quase todos. Ou seja, não melhorou mesmo com o mercado agora favorável.
Ainda por cima, soubemos que o Termo de Ajuste firmado com a ANS, visando a adoção de medidas de retomada, foi cancelado, possivelmente por não atingimento das metas de melhorias prometidas. Será que vem Direção Fiscal por aí?
No Recife, outra grande Unimed também está em queda livre. A cooperativa comandada há décadas pela Dra. Lourdinha não consegue se equilibrar e o rombo, só em 2024, já beira os R$ 15 milhões.
A sinistralidade da Unimed Recife também subiu, enquanto a do mercado despencou. Ela terminou o ano de 2023 com 82,5% (no último trimestre), começou 2024 com 87,2% e alcançou impressionantes 91,3% nos números mais atuais.
Com um custo assistencial maior até que o da Unimed Nacional, como a Recife pretende se equilibrar? O prejuízo dela continua oscilando na faixa de -2% desde 2023, sem sinais de melhora. A salvação parece cada vez mais improvável.
Para registro, a escolha das Unimeds foi aleatória, com prioridade para aquilo que entendi mais curioso (como a recuperação da FERJ e a queda livre das Unimeds Nacional e Recife). Aos amantes das cooperativas, que sempre se recusam a aceitar a dificuldade do cenário, fico à disposição para aprofundar os números de uma ou outra operadora que vocês prefiram. Basta dizer aqui nos comentários.
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