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elano53

Retrato do setor de planos de saúde em 2024. O que esperar para 2025?

 


Iniciamos esse ano, em janeiro, com a repercussão da venda da Amil para Seripiere Junior. Após 10 anos de prejuízos seguidos, a UHG finalmente conseguiu um comprador corajoso para a operação no Brasil.


Junior, fundador da Qualicorp, sempre olhou para o negócio de Edson Bueno com jeito de interessado. Ele nunca escondeu que queria ser dono de uma grande operadora.


A nova gestão da empresa iniciou um rigoroso processo de enxugamento dos custos, gerando resultado positivo já no primeiro trimestre.


Em fevereiro, a máfia dos reembolsos explodiu como caso de polícia. Foi exposto um tipo de fraude que impunha prejuízos bilionários aos planos de saúde. Clínicas ofereciam até serviços de despachantes (reembolso assistido) para cobrar valores indevidos junto às operadoras.


Chegando a março, todos nós acompanhamos as notícias a respeito dos cancelamentos unilaterais realizados em massa. Foram vários contratos coletivos, especialmente por adesão, rescindidos ao mesmo tempo, como uma verdadeira limpeza de carteira. Muitos pedidos de instauração de CPIs foram protocolados, no Congresso Federal e regionalmente também. O Presidente da Câmara celebrou um pacto com as empresas do setor, para que elas cessassem a prática.


Os resultados de abril marcaram a retomada dos lucros das operadoras, após a pandemia. A ANS trouxe dados que mostraram finalmente a reversão dos prejuízos, num cenário dos números somados.


A mudança na curva de resultados dos planos de saúde chamou a atenção para uma outra coisa: as Unimeds não estavam reagindo. Aí, foi em maio que o Portal JS expôs a crise desse sistema cooperativo, apontando problemas econômico-financeiros graves de operadoras importantes, como a Unimed Rio, a Unimed Nacional (CNU), a Unimed Recife, entre outras.


Encerrando o primeiro semestre, junho é geralmente o mês em que se dá o reajuste da ANS para os planos individuais. Em 2024 o percentual foi de 6,91%.


No meio do ano, em julho, tivemos uma solução paliativa para os beneficiários da Unimed Rio, que foram migrados para a Federação Estadual das Unimeds do Rio de Janeiro – FERJ.


A operação foi aprovada pelo regulador inclusive com uma revisão dos preços das mensalidades, além do reajuste padrão. Isso abriu a discussão sobre a necessidade de normatizar a revisão técnica.


Ao nosso ver, o destaque de agosto foi a suspensão de atendimento aos pacientes da Amil por várias unidades hospitalares da Rede D’or. Isso aconteceu em resposta à união da referida operadora com o DASA.


Em que pese os negócios combinados entre grandes marcas serem uma tendência, a Rede D’or sempre foi um parceiro estratégico e histórico da Amil. Por isso esse afastamento ganha realce.


Já no mês de setembro, os noticiários destacaram a suspensão da CPI da ALERJ, pelo Tribunal de Justiça do Rio. Vários parlamentares reclamaram que estavam sendo amordaçados, mas o TJ entendeu que o procedimento, como estava, gerava uma exposição exagerada das empresas. Foi um "banho de água fria" na investigação dos cancelamentos unilaterais.


Seguindo um pouco mais, as principais manchetes de outubro estamparam a prisão do Presidente e do CEO da Unimed, em Cuiabá, por desvios de mais de R$ 400 milhões. Muita gente comentou que era por atos como esse que o sistema cooperativo chegou ao fundo do poço.


Em novembro, o STJ inaugura um marco na clareza do alcance territorial dos planos de saúde. Apesar de estar evidente na lei que a assistência dos contratos é circunscrita ao Brasil, muito juízes vinham entendendo que tratamentos não oferecidos aqui poderiam ser buscados no exterior. O Superior Tribunal de Justiça disse que não e encerrou a discussão. O preço da assistência é calculado para atendimento aqui dentro do país.


No encerramento do ano, pela metade de dezembro, o Chefe da SENACON atropela a ANS, processa planos de saúde por cancelamentos indevidos e termina indicado para Presidente da Agência. Terminou o mandato de Paulo Rebello.


Para 2025 já tivemos a oportunidade de comentar os destaques e a autarquia de regulação confirmou a pauta que anunciamos, inclusive gerando muita instabilidade no mercado (ações da Hapvida desabaram).


Esperemos muita polêmica na discussão dos modelos de reajuste dos planos coletivos, na regulamentação da rescisão unilateral, da coparticipação e da franquia. A revisão técnica vai ser a “cereja do bolo”.


Adeus ano velho. Que venha o ano novo.

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